JOGANDO RPG SOLO: Prelúdio de "Um Lobisomem em Mango City" - Investigação Sobrenatural com Blanc & Noir - GAMEPLAY COMPLETO

Introdução

Na noite em que tudo aconteceu, Diane ouviu batidas apressadas na porta do seu escritório. Era o único lugar do quarteirão que estava com a luz acesa, foi o que disse uma mulher de meia idade chamada Verônica ao entrar aos prantos na sala da detetive. Muito nervosa e trêmula, a mulher relatou que um homem se aproximou dela cambaleando. Estava escuro, pois era um local precário, e ela não conseguia identificá-lo. Porém, ao se aproximar, o susto: o rosto do homem estava coberto de pelos, e pareciam crescer mais e mais. Os olhos eram grandes e vermelhos, exprimindo fúria e dor. Ela deu um grito, e tudo que ouviu a seguir foi um barulho animalesco (um grunhido? Um uivo?) antes de desmaiar. Ela acordou com algumas pessoas ao redor, e ninguém parecia acreditar em seu relato. Ela sabia que precisava da ajuda de um profissional, alguém que a levaria a sério. Foi dessa maneira que chegou aos ouvidos da detetive Diane Roberts o relato de um acontecimento, a primeira vista, fantasioso. Diane ofereceu bebidas à mulher, que aceitou apenas água com açúcar. A detetive secou a última garrafa de vodka enquanto escutava o relato da vítima e saiu para investigar o local do crime, deixando verônica na segurança de sua agência sob vigia do seu parceiro Viktor. De acordo com populares ouvidos por Diane, gritos foram ouvidos, junto com o que parecia ser um grunhido. As pessoas acreditam que a mulher foi atacada por um cachorro faminto, pois a única coisa que lhe foi roubada foi sua marmita contendo a janta daquela pobre mulher trabalhadora. Talvez o cansaço de um dia de trabalho combinado com o medo provocado pela praça mal iluminada fizeram a mulher ter visões? Diane já havia lidado antes com mentirosos, drogados alucinados, todo o tipo de conto fantástico para induzi-la ao erro de uma falsa pista. Porém, ela viu verdade nos olhos em pânico da mulher. Além do mais, ela não parece delirar ou inventar: ela parece estar lúcida demais para contar com tanta veemência os detalhes sórdidos do ataque. "Isso irá me ajudar bastante durante a investigação" refletiu a detetive. Restará agora saber o que era real e o que era fruto de uma mente em pânico. Diane estava disposta a ir ao fundo disso... depois de algumas doses de Whisky.

Cena 1:

Após a bebedeira, Diane tem um novo palpite. Diante do susto e do desmaio da vítima, talvez ela tenha visto uma imagem borrada do que possa ter acontecido: um bêbado vagabundo pode ter sido o responsável pelo ataque. Poderia ser um homem barbudo. Mas o que justifica os olhos vermelhos? Talvez o uso de entorpecentes... a investigadora resolve voltar ao local do crime. Tomando um último trago e pagando a conta, ela se retira do bar do Silva debaixo de um chuvisco.

Diane fez questão de anotar todo o relato da vítima para não esquecer os mínimos detalhes. Embora a sua 38 cano curto estivesse carregada dentro de sua bolsa, sua perspicácia era a sua melhor arma nesse momento.

Já próximo da praça, Diane percebe dois homens de sobretudo preto e chapéus vindo em sua direção. Ela fica atenta a eles. Um deles se aproxima e diz "Boa noite, madame. Um pouco tarde da noite para uma moça andar por aí sozinha, não acha?".

"Não se meta comigo. Investigadora Diane Roberts para você. Eu que deveria lhes prender por vadiagem a essa hora da noite. O que fazem tão tarde na rua?"

"Por favor, detetive, não se preocupe conosco. Viemos apenas por curiosidade dar uma olhadela na praça. Ouvimos uns barulhos estranhos, só isso!"

"Que tipo de barulhos?" pergunta, intrigada, Diane.

"Sim, pareceu um uivo, não foi, Cornélio?" enquanto Cornélio responde "Isso mesmo, Cássio. Mas quando chegamos por aqui, o uivo já estava longe, ali na direção daquele estacionamento" aponta Cornélio para uma direção oposta à praça.

"Certo. Irei verificar. E vocês, se não forem da força policial, sugiro que retornem imediatamente para suas residências" ordena Diane, seguindo para onde apontou um dos homens. Com um sorriso malicioso, Cássio responde "positivo, Detetive. Boa sorte no caso". Certamente, a bebida bagunçou o bom senso de Diane.

Cena 2

Seguindo para onde o possível uivo foi ouvido, Diane vê a Verônica saindo do seu escritório às pressas. Diane aborda a mulher, perguntando a ela o que houve. A vítima agora parece completamente perturbada e até hostil. "Não me atrapalhe, detetive! Eu não deveria ter confiado em você! Não se aproxime de mim!" e antes que Diane pudesse responder, a mulher sai correndo pelas ruas, chuva adentro. Diane agora está mais intrigada do que nunca. Certamente, esse acontecimento foi uma desagradável distração para a investigadora, e tudo o que ela quer agora é um gole de uma bebida forte. Mas esse caso agora é mais importante e ela decide continuar mesmo com uma forte vontade de beber.

Diane decide que algo está de fato acontecendo na praça. Percebe também que o efeito das bebidas do bar do Silva estão passando e ela vê as coisas com mais clareza agora: aqueles homens eram, de alguma forma, cúmplices do ocorrido. Com uma câmera fotográfica, Diane volta à praça para fazer alguns registros da cena do crime.

Cena 3

Após fotografar de vários ângulos a cena do crime, ela encontra o local da queda da vítima e um pouco de sangue. "Será que ela se bateu na queda ou foi a pessoa que a assustou lhe feriu?". Diane decide que está na hora de procurar pela vítima. Porém, antes de sair da praça, uma pessoa lhe chama a atenção. Um rapaz jovem se aproxima dela.

"Você deve ser uma investigadora, certo?" pergunta o rapaz que, embora amistoso, aparenta estar com medo. "Sim, sou. Detetive Diane Roberts. Qual o seu nome, rapaz? Tem algo para me contar?" pergunta de imediato, puxando seu bloco de notas para anotar suas informações. "Me chamo Hugo... estava trazendo o lixo de casa quando vi tudo o que aconteceu... uma espécie de homem ou criatura pulou na direção de uma senhora, que desmaiou logo em seguida. Quando ela estava no chão, vi esse bicho ou coisa parecida em cima dela. Não sei se ele a mordeu, mas saiu de perto dela com algo na boca. Uma sacola. E quando essa coisa se levantou e correu, já não era parecido com o que abordou a senhora no início... foi muito sinistro" relatou o jovem rapaz. Diane pegou mais algumas informações do garoto antes de dispensá-lo. Uma testemunha ocular era tudo o que ela precisava. Parece que, de alguma forma, o que atacou a vítima era uma criatura sobrenatural. E está mais claro ainda que aqueles dois, Cássio e Cornélio, se é que esse era mesmo seus nomes, tentaram mandá-la o mais longe possível da praça. Quando Diane estava retornando ao seu escritório para solicitar reforços, algo acontece: a vítima está observando-a Diane de longe. Mas ao ver que foi percebida pela detetive, saiu correndo de modo estranho, como um animal. Diane fica perplexa e, agora, começando a ficar com medo. Tirou o revólver de dentro da bolsa e escondeu em sua cintura. "Será que eu deveria ter uma bala de prata?". A vontade de beber se intensificou. A investigadora então decide sair às pressas da praça, mas quando estava na metade do caminho, ela sente algo pesado se jogar contra seu corpo, jogando-a no chão: a mulher, que antes era a vítima, agora está atacando irracionalmente a detetive. Os olhos arregalados e vermelhos, a pelagem crescendo pelo rosto, a bocarra com dentes afiados tentando morder seu rosto. Imediatamente, Diane saca seu revólver e atira sem ter a chance de mirar. O estampido ensurdecedor causado pelo disparo da arma ecoa pela praça, deixando Diane com os tímpanos doloridos e um barulho agudo dentro de sua cabeça. A criatura corre para a escuridão, deixando marcas de sangue na roupa da investigadora.

Cena 4

Um homem ajuda Diane a levantar-se, e apresenta-se como João, um gari da cidade. Ele disse que viu toda a cena e perguntou a Diane do que se tratava. "Não faço ideia, ainda. Mas não posso contar o que sei até agora, se é que sei de algo. Me dê suas informações, você servirá como testemunha ocular" diz a detetive. Ele amigavelmente aceita. Diane segue com a investigação. Ao afastar-se da praça, Diane vê os dois homens de antes, Cássio e Cornélio aproximarem-se dela. Dessas vez, eles não parecem tão amigáveis. Diane acabou de passar por uma experiência de quase morte e não quer se arriscar novamente. Ela saca seu revólver na direção dos dois. "Nenhum passo a mais, os dois. Coloquem as mãos onde eu possa vê-las" grita a investigadora. "Ora, detetive. Você já deveria saber. Balas comuns não funcionam conosco. Podem, no máximo, nos ferir." diz aquele que supostamente se chama Cássio. "Não estou com intenção de matar. Apenas quero respostas! Melhor ainda se não puderem morrer, mas duvido que não sintam dor" Diane engatilha a arma. Parecendo não se importar, os dois avançam em direção à detetive. Disparos são ouvidos na madrugada.

Cena Final

Caídos no chão, um deles parece estar consciente. Ele diz, debilitado e engasgando com o próprio sangue: "você não tem como impedir o que está para acontecer  -cof cof-  nessa cidade... nós, sim... estamos apenas -ungh...- querendo poupar você, poupar essas pessoas... você está fazendo -argh-... os inimigos errados... sua mente... talvez... não suporte... o que está para acontecer...".

"Então me digam, o que estão procurando? Talvez eu possa ajudar. Eu não tenho a mente tão fraca como você pensa" diz Diane ao homem. O homem, então dá características a ela sobre quem estão procurando, e ela anota cuidadosamente. O homem desmaia. "Se eles também são... essas criaturas, então não vão morrer assim. Mas devo chamar pelo menos uma viatura e uma ambulância para recolhê-los". Mas antes que possa fazer a ligação, ela não consegue mais segurar. Agora, sua vontade de beber é maior do que sua motivação para desvendar o caso.

Sem bares a vista, Diane parece não conseguir mais lidar com os eventos da noite. Ela anda por vários minutos em busca de uma bebida, já que o estoque do seu escritório havia acabado. Até que os dois homens, antes baleados e agora já recuperados, agarram-na sem que ela tenha chance de defesa. Tudo parece perdido para a detetive Diane Roberts.

Confrontando o suspeito

Quando tenta se livrar das garras dos dois homens, se debatendo e gritando, um barulho grotesco ensurdece os três: um uivo. As luzes dos postes de iluminação pública começam a piscar. Diane e os dois homens ficam imóveis quando eles enxergam as luzes se apagarem. No fim da rua, a criatura aparece. Diane vê e, mesmo assim, não consegue acreditar.

A criatura se aproxima devagar, em quatro patas, andando cauteloso como um lobo. Porém, ao se aproximar ele se ergue em duas patas. É enorme: tem pelo menos o dobro do tamanho de um homem comum. Coberto de uma pelagem escura e sangue que escorre da sua boca, provavelmente de suas vítimas, ele avança lentamente com os olhos fixos em Diane como se ela fosse a única no local. Ela, por sua vez, não consegue mexer um músculo sequer.

"Está na hora de fazer parte da tribo. A Primeira Transformação é difícil, mas você precisa passar pelo ritual de iniciação" diz um dos homens antes de se transformar. Diane vê, diante de seus olhos, as roupas daquele homem que antes a segurava se rasgarem, escuta seus ossos partirem e se rearranjarem dentro de sua pele, rasgando seus músculos internamente, crescendo cada vez mais, enquanto pelos surgem por todo o seu corpo. O mesmo acontece com o segundo homem. Quando os dois se preparam para atacar a terceira criatura, Diane não consegue lembrar de mais nada.

Foi o que ela disse ao homem que a interrogava, o chefe de polícia da cidade, Arthur Kowalski, quando ela acordou na cama de um hospital. Exceto que ela omitiu, é claro, boa parte da história: sobre transformações, menções a tribos e criaturas peludas aparecendo em ruas escuras na madrugada de Mango City. Apenas disse sobre três homens de facções criminosas rivais brigando por território, quando um deles a atingiu na cabeça e ela desmaiou.

As outras informações ela irá guardar para si mesma, quando estiver de volta às ruas novamente e então chegar ao fundo disso tudo. Essa será a sua sina a partir de agora: ser perita em investigações do sobrenatural. Afinal, de uma hora pra outra, ela soube que lobisomens agora existem na Cidade das Mangueiras.

Fonte: https://images.theconversation.com/files/143712/original/image-20161028-15775-1czul54.png?ixlib=rb-1.1.0&q=45&auto=format&w=1200&h=1200.0&fit=crop


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