Ao me especializar em escrever jogos de RPG e ter lançado pelo menos dois jogos com financiamento coletivo bem-sucedidos (Beat Boys RPG e TokuSystem), percebi que minha busca ao criar esses jogos tem um certo apelo nostálgico. A psicologia pode explicar isso um dia, mas eu tento extrair o máximo desse gancho criativo que é, para mim, a nostalgia. Usar elementos que foram presentes de forma abundante na infância faz com que a vida adulta tenha um pouco mais de leveza.
Quando falei no parágrafo anterior sobre "me especializar", quis dizer que pesquisei amplamente o maior número possível de jogos de RPG de mesa que pude encontrar, com temáticas variadas, sem preconceitos. Isso ajudou a refinar o meu gosto e rever mecânicas que antes me faziam desistir de jogar. Algumas vezes, durante essas pesquisas e sempre com o intuito de criar algo novo, eu simplesmente desistia de criar e pensava: "não adianta criar algo novo pra isso, alguém já o fez".
Foi isso que pensei quando comecei a pesquisar sistemas e jogos voltados para a temática de jovens que tenham um parceiro digital, avatar ou pet de batalha que obedeça aos comando de seu dono. Pokémon está fora dessa lista por diversos motivos: tem tantos jogos com a temática que nem vale a pena criar algo novo (na minha concepção) e tem uma comunidade tão criativa que sempre tem um jogo melhor que o outro. Eu jamais faria algo melhor que o jogo do Alexsander Araújo, o Pokemon Solo Simples, por exemplo, disponível na comunidade de RPG Solo do Facebook.
Digimon também tem ótimas adaptações para 3D&T com essa e essa aqui. E seguindo o raciocínio dessas adaptações, parei pra pensar nesse querido sistema de RPG brasileiro que foi o meu primeiro, lá em 2006. Megaman Battle Network e Medabots são mais obscuros nesse sentido, não possuem até onde sei um sistema de RPG oficial e podem ser facilmente convertidos para 3D&T, embora não tenham muito conteúdo também. O que mais me incomoda em sistemas como o 3D&T é o fato de a criança ou o "tamer" ter uma ficha igual a ficha do seu pet. Eu gostaria de algo mais simples para os treinadores, afinal eles não são capazes de fazer tudo o que seus pets fazem. Se fossem, para que precisariam de um pet? Foi o motivo que me fez querer criar um sistema novo.
Mas aí pensei que esse não seria motivo suficiente para ter o trabalho de criar algo do zero, pensei em adaptar algo já existente, nesse caso até mesmo mais de um sistema. Então pensei: vou juntar a ficha simples do meu Beat Boys RPG para os treinadores e a dos pets será a de 3D&T Alpha. Dessa forma, é só usar o sistema de batalhas do já consagrado Defensores de Tóquio Terceira edição e para as ações que não envolvam combate ou algum desafio vivido pelas crianças, usar o simples Beat Boys RPG
A ficha de Beat Boys RPG tem apenas dois atributos: Preparo Físico e Mente. Como subatributo usa apenas Pontos de Energia e Pontos de Vitalidade. Nessa adaptação eu retiro os Pontos de Energia ou faço com que eles sejam usados para ativar e comandar seu avatar, como se o pet fosse uma habilidade da criança. Já a ficha mais completa, com Armadura e Poder de Fogo fica por conta da criaturinha que vai sentar a mão em inimigos virtuais ou artificiais. Assim, eu resolvi a questão da falta de sistemas para esses animes que marcaram a infância de alguns e que gostariam de passar um tempinho revivendo essas aventuras do seu próprio ponto de vista. E vocês, já pensaram em adaptar algo um pouco mais obscuro de suas memórias? Diz aí se esse texto vai te ajudar a resolver um problema parecido!
Obrigado por ler e até a próxima!
PS: Tá rolando um crossover de Medabots com Megaman Battle Network em um jogo mobile no Japão e eu só soube da exixtência no final desse texto quando fui procurar uma imagem pra ilustrar! Hahahaha
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